Há muito que não entrava numa igreja católica.
Sábado passado, sentei-me num dos bancos da nave de uma igreja despojada e simples para assistir a um casamento.
Noivos felizes, padrinhos e convidados sorridentes e enfatiotados para o dia festivo.
O padre, jovem e espirituoso, fez alguns comentários leves sobre o casamento. É preciso cativar a assistência, de modo que passou como um raio por aquela parte pesada das juras de amor eterno e fiel, na tristeza e na alegria, na doença, blá, blá, blá. Afinal a concorrência é grande e diversa – carismáticos, evangélicos, adventistas e tantas outras igrejas pentecostais...
Estar amando é maravilhoso; ter o amor correspondido é mil vezes maravilhoso. Quando se ama e se é correspondido, a felicidade parece querer transbordar por todos os poros de nosso corpo e tem-se aquela vontade irresistível de gritar para o mundo todo: sou feliz, sou feliz, sou feliz!.
Aí, então, casa-se com véu e grinalda, fraque e gravata, para alardear a felicidade; para que vejam como são apaixonados e felizes. Até que a inevitável morte apareça com sua foice de aço podemos tentar eternizar o amor. Na verdade todos os noivos apaixonados têm a ilusão da imortalidade do amor que nutrem um pelo outro. Senão, por que selar a união na frente de parentes e amigos?
Dia desses ouvi uma piada: “O casamento é a principal causa do divórcio”.
OK, já não é um mico tão grande divorciar-se depois de algum tempo, mas é uma pena que os jovens estejam tão cínicos em relação ao casamento.
O casamento é um amplo registro da nossa existência. Da nossa passagem pela vida. Implica em assumir a responsabilidade do mútuo cuidado. Com o passar dos anos, escalar os degraus do amor, que deve amadurecer juntamente com o processo de nosso amadurecimento.
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