Que o papel onde rascunho
poemas,
quando amassado a caminho
do lixo,
esguiche o sangue do
profeta
e do poeta.
Que o papel, dentro da
lata de lixo,
embrulhe dejetos de
menina doméstica,
e respire, do gari, o
odor de todo dia.
Ainda que soterrado, o
papel
na terra receba o esterco
pela mão do lavrador.
E
que cresça,
trigal maduro de torso
curvado.
Que o poema, posto à
mesa,
sirva à boca como um
espirro
: dádiva e alívio.
todos os direitos reservados AKEMI WAKI
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